quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

História do cigarro

Li um artigo do Dr. Drauzio Varella muito interessante. Transcrevo aqui a parte inicial do texto...

Fraude, corrupção e mentiras

Os fabricantes de cigarro levaram 40 anos para admitir o que já sabiam desde os anos 1950: o fumo causa câncer de pulmão. Nesse período, "a indústria do tabaco cometeu uma sucessão de fraudes, propagou mentiras com ares de controvérsia científica e enganou os consumidores num nível provavelmente inédito na história do capitalismo". Assim começa o excelente livro "O Cigarro" (Publifolha, 87 pág.), de Mario Cesar Carvalho.

Nele, o autor conta a história do cigarro desde suas origens. Diz que o capelão da primeira expedição francesa ao Brasil, em 1556, já relatou seu uso entre os tupinambás. Daqui, o fumo emigrou clandestinamente para Portugal e para a Espanha.

Fumar cigarro era raridade até o final do século 19. Em 1880, cerca de 58% dos usuários de tabaco eram mascadores de fumo, 38% fumavam charuto ou cachimbo, 3% cheiravam rapé e apenas 1% era fumante de cigarro. Nesse ano, o americano James A. Bonsack inventou uma máquina capaz de enrolar 200 cigarros por minuto, o que criou condições para o aparecimento da indústria.

Então veio a distribuição de cigarros aos soldados nas trincheiras, durante a Primeira Guerra, e seu uso, que se achava restrito às camadas marginais das sociedades americana e européia, explodiu. Em 1900, o consumo anual americano era de cerca de 2 bilhões de cigarros; em 1930, chegou a 200 bilhões. As duas guerras mundiais, que afrouxaram a oposição ao cigarro, a urbanização acelerada, a criação do mercado de massa e a expansão do mercado de trabalho, criaram as condições para que a epidemia do fumo se espalhasse pelo mundo, envolta em glamour por Hollywood, como símbolo de modernidade.

Descrito com clareza o cenário que levou à disseminação dessa praga do século 20 pelos cinco continentes, o autor mostra como ocorreu a tomada de consciência da sociedade em relação aos malefícios do fumo e como a indústria boicotou as informações científicas que esclareciam a associação do cigarro com o câncer e com as doenças cardiovasculares. Até a década passada, por exemplo, a indústria se negava a reconhecer até o mais óbvio: que a nicotina provoca dependência, num deboche cínico aos que enfrentam o tormento de parar de fumar.

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